quinta-feira, 11 de março de 2010

Cinema alemão em foco




Não, não falarei sobre Bergman ou Murnau, e sim sobre a mais nova película alemã, “A Fita Branca”, que assisti nos cinemas esses dias. Favorito ao Oscar de melhor filme estrangeiro - e que o perdeu incompreensivelmente!!! - o filme conta a história de certos acontecimentos ditos esquisitos ocorridos numa pequena vila, às vésperas da Primeira Guerra Mundial. Um professor de coro de crianças, o narrador da história, começa a investigar tais acontecimentos, que parecem serem uma forma de punição.

Achei-o um filme muito bem dirigido, com várias cenas e diálogos interessantes. Michael Haneke, com sua câmera fixa, daqueles típicos diretores que não interferem no filme e apenas mostram-no ao público, soube prender a atenção de quem estava vendo-o a partir do mistério a ser resolvido. Ele conseguiu felizmente levar a história até o final, sem que quem estivesse vendo perdesse o interesse. O que não gostei muito foi o fato da resolução do mistério ter sido muito evidente a partir de um certo momento. Pelo menos eu achei isso, talvez outros não tenham achado o mesmo.

“A Fita Branca” trabalha com vários personagens e isso pode ser visto com um ponto positivo, contanto que se saiba tratá-los bem. Em vários momentos do filme, os personagens me confundiram, e em certas vezes, pensava que tal personagem era filho de um, e quando percebia, era filho de outro. Não sei se houve desleixo por parte do diretor ou foi o sono mesmo que me atrapalhou...

Algo que apreciei muito foi o fato de que em algumas cenas, apareciam diálogos em que predominava tanto o drama quanto a comédia, como a conversa entre o médico e sua empregada. Dei muitas risadas com esse médico, mas ao mesmo tempo, ficamos tristes pelo tratamento nada elegante dado à ela.

“Das weiße Band” é um filme que se vale muito a pena assistir. Sem exageros cinematográficos, é um bom filme, emocionante e engraçado ao mesmo tempo. Mostra que o cinema, mesmo recheado de grandes atuais decepções, ainda pode produzir coisas boas. Uma pena a Academia não ter premiado uma obra tão boa como essa! Sinceramente, não sei o que eles têm na cabeça! Nem se precisa ver os outros filmes para se saber que “A Fita Branca” merecia e muito esse Oscar. Mais uma injustiça para a história da Academia. Este era um daqueles filmes que daria por certo ganhar a estatueta e perdeu para um filme do Campanella. Estou curioso para saber o que o filme desse argentino tem de tão bom para ter ganhado. Enfim, nada tira a beleza desse filme! E é isso que importa!

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