quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os Cds do Metallica que valem a pena serem ouvidos




"Kill' Em All" - 1983
Destaques: "Hit The Lights", "The Four Horseman", "Whiplash", "No Remorse", "Seek And Destroy".














"Ride The Lightning" - 1984
Destaques: "Ride The Lightning", "For Whom The Bells Tolls", "Fade To Black", "Creeping Death".












"Master O f Puppets" - 1986
Destaques: "Battery", "Master Of Puppets", "Welcome Home (Sanitarium)", "Orion", "Damage Inc.".













"And Justice For All" - 1988
Destaques: "Blackened", "And Justice For All", "One", "Harvester Of Sorrow".










"Black Album" - 1991
Destaques: "Enter Sandman", "Sad But True", "The Unforgiven", "Wherever I May Roam", "Nothing Else Matters".













"Garage Inc." - 1998
Destaques: "Die, Die, My Darling", "Am I Evil?", "Stone Cold Crazy", "Overkill".















"Death Magnetic" - 2008
Destaques: "Thta Was Just Your Life", "The Day That Never Comes", "All Nightmare Long", "The Unforgiven III", "My Apocalypse".







Penso que quem quer conhecer o Metallica de verdade, deve ouvir principalmente os cinco primeiros álbuns, e mais radicalmente ainda os três primeiros. A partir de "And Justice For All", eles partem para uma música mais leve, mesmo assim não deixando de serem brilhantes.
Quanto a "Load", "Reload" e "St Anger", é melhor nem se comentar...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O encontro entre Deus e Jesus, segundo Saramago

"A voz disse, Eu sou o Senhor, e Jesus soube por que tivera de despir-se no limiar do deserto, Trouxeste-me aqui, que queres de mim, perguntou, Por enquanto nada, mas um dia hei-de querer tudo, Que é tudo, A vida, Tu és o Senhor, sempre vais levando de nós as vidas que dás, Não tenho outro remédio, não podia deixar atravancar-se o mundo, E a minha vida, querê-la para que, Não é ainda tempo de o saberes, ainda tens muito que viver, mas venho anunciar-te, para que vás dispondo o espírito e o corpo, que é de ventura suprema o que estou a preparar para ti, Senhor, meu Senhor, não compreendo nem o que dizes, nem o que queres de mim, Terás o poder e a glória, Que poder, que glória, Sabê-lo-ás quando chegar a hora de te chamar outra vez, Quando será, Não tenhas pressa, vive a tua vida como puderes, Senhor, eis-me aqui, se nu me trouxeste diante de ti, não demores, dá-me hoje o que tens guardado para me dar amanhã, Quem te disse que tenciono dar-te alguma coisa, Prometeste, Uma troca, nada mais que uma troca, A minha vida por não sei que pago, O poder, E a glória, não me esqueci, mas se não me dizes que poder, e sobre quê, que glória, e perante quem, será com uma promessa que veio cedo demais, Tornarás a encontrar-me quando estiveres preparado, mas os meus sinais acompanhar-te-ão desde agora, Senhor, diz-me, Cala-te, não perguntes mais, a hora chegará, nem antes nem depois, e então saberás o que quero de ti, Ouvir-te, meu Senhor, é obedecer, mas tenho de fazer-te ainda uma pergunta, Não me aborreças, Senhor, é preciso, Fala, Posso levar a minha ovelha, Ah, era isso, Sim, era só isso, posso, Não, Por quê, Porque ma vais sacrificar como penhor da aliança que acabo de celabrar contigo, Esta ovelha, Sim, Sacrifico-te outra, vou ali ao rebanho e volto já, Não me contrarires, quero esta, Mas repara, Senhor, que tem defeito, a orelha cortada, Enganas-te, a orelha está intacta, repara, Como é possível, Eu sou o Senhor, e ao Senhor nada é impossível, Mas esta é a minha ovelha, Outra vez te enganas, o cordeiro era meu e tu tiraste-mo, agora a ovelha paga a dívida, Seja como queres, o mundo todo te pertence e eu sou o teu servo, Sacrifica então, ou não haverá aliança, Mas vê, Senhor, que estou nu, não tenho cutelo nem faca, estas palavras disse-as Jesus cheio de esperança de poder ainda salvar a vida da ovelha, e Deus respondeu-lhe, Não seria eu o Senhor se não pudesse resolver esta dificuldade, aí tens. Palavras não eram ditas, apareceu aos pés de Jesus um cutelo novo, Vá, despacha-te, tenho mais que fazer, disse Deus, não posso ficar aqui eternamente. Jesus empunhou o cutelo, avançou para a ovelha que levantava a cabeça, hesitante em reconhecê-lo, pois nunca o tinha visto nu, e como é por demais sabido, o olfato destes animais não vale grande coisa. Estás a chorar, perguntou Deus, Tenho os olhos sempre assim, disse Jesus. O cutelo subiu, tomou o ângulo do golpe, e caiu velozmente como o machado das execuções ou a guilhotina que ainda falta inventar. A ovelha não soltou um som, apenas se ouviu, Aaaah, era Deus suspirando de satisfação, Jesus perguntou, E agora, posso ir-me embora, Podes, e não te esqueças, a partir de hoje pertence-mes, pelo sangue, Como devo ir-me de ti, Em princípio, tanto faz, para mim não há frente nem costas, mas o costume e ir recuando e fazendo vênias, Senhor, Que enfadonho és, homem, que temos mais agora, O pastor do rebanho, Que pastor, O que anda comigo, Quê, É um anjo, ou um demônio, É alguém que eu conheço, Mas diz-me, é anjo, é demônio, Já to disse, para Deus não há frente nem costas, pasa bem. A coluna de fumo estava e deixou de estar, a ovelha desaparecera, só o sangue ainda se percebia, e esse procurava esonder-se na terra".


Os religiosos que leram esse livro devem estar até hoje xingando o Saramago de todos os palavrões possíveis! Se é que xingar lhes é permitido, principalmente aos padres, bispos e toda essa corja.... Mas Saramago, aqui, construiu um dos diálogos mais engraçados que vi em toda a minha vida! Parabéns pra ele, o velho é demais mesmo!





quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Os 13 petardos de Stanley Kubrick - Parte Final

Talvez para alguns eu vou estar exagerando, mas esses dois últimos filmes de que falarei aqui são, para mim, um dos mais incríveis de todos! Estou falando de "2001: Uma Odisseia no Espaço" e "Laranja Mecânica". O primeiro, na minha opinião, é o mais belo de todos; o segundo, possui o melhor roteiro de todos os tempos. Fora a direção, que talvez também seja a melhor.
Sem adiantar mais coisas sobre os filmes, vamos à eles!

2º 2001: Uma Odisseia No Espaço (2001: A Space Odissey's) - 1969

Apontado pela maioria dos críticos e fãs como o melhor filme de ficção de todos os tempos, "2001", pra mim, é, além disso, o filme mais belo de todos os tempos, como já disse acima. E isso porque em nenhuma outra película as imagens foram tão bem exploradas, quase que se excluindo o recurso do diálogo. Acho que filme nenhum fez isso com a grandeza de "2001". E essa falta de diálogo, na época em que soube, me deixou meio preocupado, pois ainda era habituado a filmes com diálogos extensos, que prendesse a atenção. Sabendo ainda que só existia 40 minutos de diálogo, me preocupei ainda mais! Entretanto, desde o começo do filme, com aquelas cenas de aurora, e a luta entre os macacos, fiquei impressionado, digo petrificado, com tamanha beleza e evolução para tal década.

"2001: Uma Odisseia no Espaço" conta, no século XXI, sobre dois astronautas que são enviados em uma missão à Júpiter para investigar um enigmático monolito que dá sinais de outra civilização. A bordo da nave Discovery, controlado pelo computador HAL 9000, eles partem, mas uma pane iniciaria uma tentativa de eliminar um a um dentro daquele ambiente.

Misturando trilha sonora excelente - uma das minhas preferidas - , efeitos especiais bem à frente do tempo, direção excelente, e até filosofia, "2001" consegue ser um filme quase perfeito, onde duas horas e quarenta de filme passam sem se perceber. Há o medo de se entediar por causa da falta de diálogos, mas a beleza é tanta, a direção é tão perfeita, que nem se preocupa com isso.

Enfim, é um filme para se ver e rever à vontade e sem preocupação. Se não entender nada, não importa. Este não é um filme para se compreender coisas, e sim, para se adimirar e se deleitar com as imagens e músicas fantásticas. Se não gostou, bem, aí azar o seu!


1º Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) - 1971

"Laranja Mecânica"!!! Tem que se ter cuidado ao falar desse filme, um dos mais polêmicos de todos os tempos. Além disso, ao lado de filmes como "Psicose" e "Táxi Driver" um dos mais injustiçados da história do Oscar. Ambos não levaram nenhuma estatueta! Fiquei - e ainda fico - perplexo ao saber que essa obra-prima do cinema não havia levado Oscar algum pra casa. Não imagino como um filme dessa grandeza não tenha ganho nada. Também, o que Kubrick queria ao mostrar violência explícita, e o que é pior, sem motivos, praticada por quatro jovens vândalos? Acharia ele que a tão inteligente e conservadora junta de críticos iria premiar um filme tão "violento" assim? Bem, a Academia sempre foi assim e sempre será.

"Laranja Mecânica" mostra uma Londres do futuro, onde um jovem lidera uma gangue de delinuentes, drogados, violentos e estupradores, anti-leis. Quando volta para a sociedade, regenerado na prisão, passa a sofrer com aqueles que antes eram suas vítimas. Baseado na obra de Anthony Burgess, que não sei porque odiou o filme, tem o roteiro mais revolunionário e bem feito de toda a história do cinema, além de ser a melhor adaptação literária, na minha opinião. Sou suspeitíssimo ao falar desse filme, pois é o meu preferido. Porém, acho que, tirando meus possíveis exageros, penso que todos que assistem este filme, o acham pelo menos ótimo. Alguns - como eu - acham fantástico. Outros, estranho. E uns poucos cegos, que não sabem o que é cinema de verdade, não gostam pois não entendem mesmo. Mas esses deve-se excluir...

Saindo das polêmicas, "Laranja Mecânica" é com certeza um dos melhores filmes de todos os tempos, com uma história totalmente fora-de-série, anormal, além de uma direção e fotografia também anormais. Quando o vejo, pareço estar vendo uma peça de Shakespeare, ou ouvindo minha música predileta, tamanha grandiosidade e adimiração tenho por ele. Sei todas as cenas, a maioria das falas e quais as tomadas, ângulos e closes que Kubirck fará. Parece coisa de doido? Pois que seja!!!
Bethoven, Kubrick e McDowell: um trio perfeito! O primeiro, por ter emprestado ao filme a magnífica nona; o segundo, por dar ao mundo uma das maiores obras-primas do cinema; o terceiro, por uma performance perfeita! "A Clockwork Orange" pode ser violento e ter inspirado muitos grupos skinheads, mas para essas acusações, o próprio Kubrick tem uma resposta: "Até Tom e Jerry é violento, mas ninguém reclama disso..."

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os 13 petardos de Stanley Kubrick - Parte 2

Resolvi dividir em três partes esse post pois, além de muito longo, agora entra os grandes clássicos, as inesquecíveis obras-primas desse grande mestre. E depois, as máximas obras-primas. Vamos à elas!


8º Glória Feita de Sangue (Paths Of Glory) - 1957

Me acostumei a ver filmes de guerra que relatassem a Segunda Guerra Mundial. Acho que este foi o primeiro que assisti que contava sobre a Primeira. Nas resenhas que lia sobre ele, diziam ser um clássico, um dos filmes mais tocantes sobre o assunto. Foi o que constatei ao vê-lo.

Focado não em herois, mas em covardes, Kubrick fez uma dos filmes anti-guerras mais poderosos da história do cinema. No filme, soldados franceses recusam-se a continuar um ataque suicida contra os alemães. Com isso, seus superiores decidem levá-los à Corte Marcial, onde poderão ser julgados à morte.

Kirk Douglas faz o papel do defensor dos acusados, e o fez otimamente. Foi o primeiro filme que vi dele, e logo já me chamou a atenção. Kubrick o escolheu muito bem para o papel. Penso que não haveria ator melhor para ele.

Neste filme, vê-se o talento sem limites do mestre, com seus habituais closes e tomadas longas. Fora o tema, antes de mais nada abusado. Por causa disso, o filme foi censurado na França. Talvez não aceitassem uma crítica tão ácida ao terror da guerra...


7º O Iluminado (The Shining) - 1980

Talvez me crucifiquem por colocar este filme em tal posição. Muitos fãs não o acham pior que "Spartacus" ou "Nascido para matar". Polêmicas à parte, eu o coloco nessa posição.

Considerado como um dos melhores e mais atorrorizantes filmes de terror, "O Iluminado" é a adaptação do clássico de terror de outro mestre, Stephen King. Este, não sei porque, não gostou da versão kubrickiniana, acusando-o de ter tirado o terror do seu livro. Penso que King deveria ver o filme com mais cuidado, pois em sua crítica, acho-o completamente preciptado.

Estrelado por ninguém mais ninguém menos do que Jack Nicholson, o filme conta a história de Jack Torrance - interpretado por Nicholson - , que foi contratado para vigiar o hotel enquanto estivesse no inverno. Jack leva seu filho e mulher juntos, pensando que a estadia daria uma melhorada na relação entre eles. Ledo engano. O hotel guarda recordações macabras, escondidas durante anos, que já fizeram vítimas e não deixarão de fazer.

O filho de Jack tem um poder especial de visões, e é costumeiramente acometido por elas. Uma delas é simplesmente uma das cenas mais aterrorizantes do cinema.

Inexplicavelmente indicado ao "Framboesa de Ouro" - Oscar oferecido aos piores filmes - na época, "O Iluminado", contrariando os críticos de cinema, é considerado por todos uma das melhores obras-primas do terror - pra mim, a melhor. Jack Nicholson está em uma de suas melhores atuações, diabólico e insano como só ele saber ser. Mesmo que a performance de Shelley Duvall não tenha sido satisfatória, isso não apaga a magia que existe neste filme. Só assistindo mesmo para entender o que falo.


6º Spartacus (Spartacus) - 1960

Este foi o primeiro trabalho em que Kubrick fez numa grande empresa. Isso se tornou possível quando Kirk Douglas, que havia gostado de trabalhar com ele em "Glória Feita de Sangue", chamou-o para dirigir o filme, depois da expulsão de Anthony Mann. Kubrick, então com 29 anos, não conseguiu liberdade para colocar em prática todas suas ideias, e viu seu trabalho "limitado" por conta de diferenças com os produtores e com o astro Douglas. Depois desse filme, ele foi para a Inglaterra e daí em diante só aceitaria projetos nos quais tivesse total liberdade.

O filme conta a história de Spartacus, um escravo que sonha com a liberdade, mas é condenado à morte por ter mordido o pé de um soldado. Porém, sua sorte muda quando um lanista - negociante e treinador de escravos - compra-o para ser treinado nas artes de combate e se tornar um gladiador. Na arena, Spartacus lidera uma revolta de escravos, que atinge meia Itália.

Mesmo limitado, Kubrick faz um memorável trabalho épico, que já me maravilhara desde que vi o trailer. Com um trabalho de fotografia ótimo, além de toda grandiloquência emanada pelo filme, "Spartacus", para mim, é um dos maiores épicos de todos os tempos. Lembro-me que falava muito de "Gladiador". Quando vi "Spartacus", descobri que o filme do Ridley Scott, além de ser uma imitação, ficava bem abaixo do trabalho kubrickiniano.

Para acrescentar, só uma história que um amigo me contou esses dias. Um dos roteiristas do filme estava com medo de colcoar seu nome nos créditos pois estava sendo perseguido por ser comunista. Kubrick, querendo dar uma de amigo, disse: "Se está com medo de colocar seu nome, não tem problema, coloca o meu". O cara deve ter ficado puto com tamanho abuso, e mesmo perseguido, decidiu colocar o nome nos créditos.


4º Barry Lyndon (Barry Lyndon) - 1975

Esse sim, o maior épico dirigido por Kubrick. Acho que uma palavra pode definir sua direção neste filme: perfeição. Dito isso, não se precisa falar mais nada. Estaria eu exagerando? Ok, como exagerar de alguém que tenha moral parar filmar com lentes criadas pela Nasa? Como exagerar de alguém que tenha filmado à luz de velas??? Sim, só com luz de velas, nenhuma iluminação mais!!! Isso sim é um exagero; de direção!


"Barry Lyndon", interpretado por Ryan O'Neal, é uma verdadeira "talentosa fraude", que inevitavelmente é expulso de onde quer que se meta. Depois de passar por muitos lugares, consegue casar com uma rica senhora, que o sustenta. Aproveitando-se disso, usa e abusa do dinheiro dela e passa a vida em bebedeiras e jogos de sorte - ou azar, se preferir.

Com um roteiro primoroso, fotografia espetacular - premiada com o Oscar - , ambiente maravilhoso, enfim, um filme que com certeza deveria ser lembrado por qualquer crítico de cinema. Infelizmente, esqueceu-se desse filme. Por isso existem os fãs para se lembrarem dele!


5º Dr. Fantástico (Dr Strangelove Or: How I Learned To Stop Worrying And Love The Bomb) - 1964

Penso ser este um dos poucos filmes que brincam com um tema tão sério e tão discutido até hoje: a guerra fria. Kubrick queria fazer um filme de drama, mas acabou fazendo uma obra-prima de humor negro. Sempre ouvia ótimas crítcas do filme, e desejava ver se ele era tão bom assim mesmo. Foi daqueles filmes que me surpreenderam muito positivamente.

"Dr Fantástico" fala sobre um general do exército que enlouquece e manda que se joguem bombas na URSS, para neutralizá-la. Feito o mandato, faz-se o possível para revertê-lo, e depois de muitas tentativas e falação, é chamado para ajudar o Dr. Fantástico, que sugere alternativas para caso a Terra seja destruída por uma guerra nuclear.

O mais impressionante é o fato de como Kubrick pode ter tornado algo tão sério em tema de humor negro. Dei muitas risadas com tamanhos absurdos que eram ditos no filme, fora as caras que o capitão Mandrake - interpretado por George C. Scott - fazia cada vez que ele não concordava com algo que era dito. Mas quem rouba mesmo a cena é Peter Sellers, que se divide em três papeis, sendo que o de maior destaque é o Dr Fantástico. Com uma fala engraçada, hipóteses engraçadas e sua mão que não pára, foi ele o causador da maior parte de minhas risadas.

"Dr. Fantástico" é para mim o melhor filme de comédia já feito. Não só porque me fez rir muito, mas pelo fato de ter reunido um tema totalmente fora do normal, com atuações impecáveis e um fundo político, tornando-o extremamente genial. Agora, se você é daqueles que gostam de filmes ditos de comédia com os de Jim Carrey, não chegue perto desse filme, pois além de não achar graça, não entenderá nada.


3º Nascido Para Matar (Full Metal Jacket) - 1987

O mais turbulento; o mais doentiamente psicológico; o mais avidamente contrário à guerra; o melhor filme de guerra, enfim. "Nascido Para Matar" é tudo isso e mais um pouco. Kubrick consegue dirigir o mais talentoso e diferente filme de guerra de todos os tempos. Talentoso porque se trata de Kubrick, e se falando nele, espera-se o seu perfeccionismo e seus closes e tomadas abusadas; diferente pois mistura com humor com horror. Sim, o filme é permeado por duas partes: a primeira, que mostra os soldados em treinamento, faz qualquer um ter um mal do estômago de tanto rir; o segundo, retrata o terror da guerra.

O filme, narrado por um dos soldados, é especial pois fala sobre quão terrível e desumano é o treinamento de quem vai à guerra. Tenta-se tirar cada gota de sentimento que há em cada soldado, até que ele se transforme num monstro humano, pronto a matar qualquer um que esteja contra a nação americana, seja ele uma barata ou um vietnamita. Deterioriza-se a mente de cada soldado até a exaustão. Destrói-se o que de bom poderia haver dentro de cada um. Depois de "despersonalizado", é enviado à guerra para defender sua nação. É isso que o filme mostra, foi isso que Kubrick quis mostrar.

Além de especial, "Nascido Para Matar" é antes de tudo realista. Não há espaço para romances, nem vínculos de amizade; só há espaço para treinamentos cansativos, com direito a gritos, desfiles, exercícios cansativos, xingamentos contra sua pessoa; e depois, o contato com o terror da guerra. Não há espaço para mais nada. Só a guerra interessa. E os soldados estão conscientes disso.

Sem exageros de explosão, mas com um set de batalha magistralmente construído, Kubrick mais uma vez trata da guerra de forma fantástica, divertindo e emocionando ao mesmo tempo.


To be continued...

Os 13 petados do mestre Stanley Kubrick - Parte 1


O mestre


Aqueles que me conhecem e gostam de cinema, sabem que meu diretor favorito é o senhor Stanley Kubrick, reconhecido mundialmente como um dos melhores diretores de todos os tempos - pra mim, o melhor. Não falarei dele, pelo menos por enquanto. Só quero deixar aqui registrado seus treze filmes, ou melhor, treze maravilhas que ele dirigiu enquanto esteve aqui na Terra.

Colocarei aqui seus filmes em ordem crescente de avaliação. Muitos concordarão, outros não. Mas cada um tem sua preferência, embora exista um consenso entre os fãs de que o melhor filme por ele feito seja "Laranja Mecânica" ou "2001: Uma Odisseia no Espaço". Eu acho o primeiro, mas outros podem achar o segundo, e outros mais acham que foi "O Iluminado", ou "Barry Lyndon" ou até "Dr. Fantástico". Opiniões à parte, o que interessa é que todos são filmes fantásticos, que infelizmente não foram reconhecidos devidamente em seu tempo. Bem, vamos aos filmes!!


13º Fear And Desire - 1953

Este é o único filme do Kubrick que ainda não vi. Como é raríssimo, fica quase impossível adiquiri-lo; só baixando. Mesmo que eu não tenha visto-o, acredito ser este o "menos melhor" filme do mestre. Não sei muito do filme, mas dizem ser bom, mesmo que seja o primeiro trabalho dele. Kubrick disse que era um trabalho de amador, e por isso, comprou a maior parte das cópias. Entretanto, muitos bootlegs circulam pela internet, além da distribuição ilegal de Dvd - R's.

"Fear And Desire" fala de um grupo de quatro militares sobreviventes de um acidente aéreo que ficam perdidos em território inimigo e buscam serem salvos e levados de volta para sua base. A história soa interessante, e se tratanto de Kubrick, o filme deve ser bom, mesmo que com um orçamento baixo.

Coloco- em último, pois mesmo sem vê-lo, acredito que não será melhor que as outras obras-primas.



12º O Grande Golpe ( The killing) - 1956

Dizem ser este o filme que fez com que a carreira de Kubrick começasse a deslanchar. A película fala de um assalto a um jóquei, idealizado por um ex-presidiário. Várias pessoas participam, e os dois milhões que seriam roubados, iriam ser divididos entre eles. Porém, a amante de um dos participantes atrapalha tudo e as coisas começam a dar errado.

Confesso que gostei, mas não "encontrei" muito o Kubrick neste filme. Talvez o problema seja comigo e não com o filme. Terei que revê-lo, mas enquanto isso não acontece, continuo com o mesma pensamento: o filme é muito bom, mas não encontrei a presença de Kubrick nele. Sim, o roteiro é ótimo, inovador, pois normalmente eles são lineares, e o deste é não-linear. Acho que esse fator é o de maior destaque do filme, pois a narração não se fixa num ponto apenas, passando por um acontecimento e outro, até, finalmente, chegar ao final, que pelo visto, é hilário e impressionante ao mesmo tempo.



11º A Morte Passou Por Perto (The Killer's Kiss) - 1955

Muitos me acharão louco por colocar este à frente de "O Grande Golpe". Acontece que neste sim eu pude perceber a presença do mestre Kubrick, não que no outro eu não tenha visto, mas em "The Killer's Kiss" ela foi mais "forte".

O filme fala de um boxeador que defende uma moça que é atacada por seu patrão e amante. Com isso, começa um relacionamento entre os dois. O amante, enciumado, manda que matem o tal boxeador. Só que um erro acontece e se dá início a uma perseguição sem trégua ao lutador.

Com um roteiro excelente, história envolvente, além de um final angustiante e fantástico, Kubrick demostrou que tinha muito talento. Prova, com isso, ser um dos pouquíssimos diretores que fazem filmes bons desde seus primeiros filmes.



10º De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut) - 1999

Este foi o último filme que vi dele. Foi lançado depois de uma "pausa" de doze anos sem filmes do Kubrick. Todos esperavam avidamente por seu novo filme. A crítica não gostou muito. Eu vi o filme dublado, além de já perdido o começo, e a melhor cena: Nicole Kidman nua! Sim, eu perdi isso. Culpa da programação, que coloca um horário e mostra o filme em outro.

A história fala de um médico - interpretado por Tom Cruise - que, interessado pelo relato de um amigo pianista seu, que lhe conta sobre um de seus serviços: tocar de olhos vendados numa casa suspeita, vai parar nela para conhecê-la. Não sabe ele o grande erro que cometeu em ir sem ser convidado.

Enquanto isso, sua mulher - Nicole Kidman - tem um sonho erótico numa noite. Seu marido fica com ciúmes desse sonho, pensando se era realmente um sonho ou tinha acontecido na vida real.

O filme é uma adaptação do romance "Die Traumnovelle" (Um Breve Romance de Sonho), de Arthur Schnitzler, o qual já li e gostei muito. A obra é meio que enigmática e seu fim, pelo menos eu acheiisso, ficou "no ar", como se esperasse que algo mais acontecesse. O filme também acaba assim, inesperadamente.

Tirando o fato de que o foi muito extenso, e apresentou certas cosias que, caso Kubrick não tivesse morrido, poderia ter cortado, é muito bom. Não sei o que a crítica viu de tão ruim, mas eu encontrei o Kubrick de sempre, com sua câmera abusada, a técnica de sempre, além de uma trilha sonora perturbadora! Irei revê-lo, agora legendado, para ver se consigo "captar" mais alguma coisa...


9º Lolita (Lolita) - 1962


Já tinha lido o livro e ficou a curiosidade imensa de ver o filme. Sabendo que era do mestre Kubrick então, aí que fiquei curioso mesmo!

Como muita gente sabe, a história fala de um pedófilo, Humbert Humbert, que se hospeda em certa casa que mora uma garota muito bonita chamada Lolita - e no filme ela é bonita mesmo! Ele, claro, se apaixona por ela e faz tudo para tê-la perto - até casar com a mãe dela.

Um livro que deu muita polêmica no tempo em que foi lançado, não foi diferente com o filme, que também sofreu críticas, por retratar o relacionamento entre uma adolescente e um homem de meia-idade. Esquecendo isso, ele é ótimo, e na minha opinião, uma das melhores adapatações que alguém já fez de um livro. Kubrick retratou perfeitamente a relação tumultuada entre o "casal", a forma doentia como Humbert Humbert amava Lolita, como a prendia dos outros, tirava sua liberdade, fazendo isso por causa de seu amor doentio.

Com certeza, um clássico do cinema, o qual fizeram um remake infeliz em 1997. Porém, nada apaga a beleza desse petardo kubrickiniano.



To be continued...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Halloween, por Rob Zombie




Pelo menos não foi um completo fiasco...

Há muito tempo atrás, postei aqui sobre o novo "Halloween", dirigido pelo ex-vocalista do White Zombie, o senhor Rob Zombie. Agora volto aqui para falar de minhas impressões sobre o filme. Posso adiantar que não foram muito boas, mas também nem tão ruins...

Sabendo de antecedência que com certeza absoluta não seria melhor que o clássico carpenteano, fui vê-lo e comprovar o que todos diziam ser um péssimo remake. Péssimo eu não achei, mas fraco, certamente.

A história começa contando a convivência que o garoto Myers tem ao lado da irmã mais velha - uma verdadeira prostituta em miniatura - , o padrasto - um imprestável e insignificante bebum-, sua mãe - uma dançarina de boates noturnas - e sua irmã mais nova. Depois de matar todo mundo - menos a irmã mais nova - Myers é internado num hospício e lá começa o tratamento com o Dr. Samuel Loomis, interpretado por ninguém mais ninguém menos que Malcom McDowell! Sim, aquele que fez o protagonista de "Laranja Mecânica", Alex. Agora me pergunto: como ele pôde fazer um filme assim? Resposta de um amigo meu: o cara tem suas contas a pagar. Só pode!

Voltando ao filme, o tratamento é feito até uma certa idade, quando Loomis desiste. Dias depois, numa farra proporcionada pelos funcionários, eles têm a audácia de abrir a cela onde Myers está e começarem a mexer com ele. Mike simplesmente mata os dois e foge. Aí a matança, que ele iniciou na infânia, continua...

O filme em si tem tantos pontos positivos como negativos. Quanto aos últimos, existem alguns que qualquer leigo percebe! Por exemplo, Zombie perde a mão nos assassinatos. É muita morte e, principalmente, MUITO sangue!! No clássico de Carpenter, quase não apareceu sangue, e é isso que mais gosto em filmes de terror: saber fazer bons filmes de terror sem apelar para o sangue. Nisso, Zombie foi inteiramente infeliz!

Outro ponto negativo foi, na minha opinião, o mal uso da trilha sonora. Em certos pontos do filme, ela foi usada e muito bem, mas em outros, em que ela tinha a obrigação de aparecer, não havia trilha sonora! Por um bom tempo eu fiquei sem escutá-la, e isso me irritou um pouco.

Numa parte do filme, viu-se um Mike Myers sentimental. Sim, sentimental!!! Não falarei qual parte é, mas quem não viu ainda, quando vir, saberá perfeitamente. E isso me aborreceu muito, pois Myers não tem sentimento algum; a única coisa que ele tem em sua mente é matar desmesuradamente e procurar sua irmã para matá-la também. Na versão Zombie, as coisas não se mostram bem assim...

Em algumas partes do filme, Zombie o descamba para o lado "terror para adolescente", onde o vilão sempre chega na hora em que dois jovens estão mandando ver. Quando vi aquilo, pensei: "Bem, estou vendo Halloween ou Jason???

Quanto aos ponto positivos, que não são muitos, reside no fato de que vi que Zombie tem sim talento para filmes de terror, mesmo perdendo a mão. Talvez não tenha tido sorte nesse remake, mas em outros filmes, ele possa ter se dado melhor. Gostei de algumas tomadas que ele fez, fora o fato de que algumas cenas conseguiram reviver um pouco da tensão do antigo clássico.

Zombie, em vários pontos, tenta imitar Carpenter. E não se sai completamente mal. Algumas coisas realmente remetem ao Carpentão, e poucas são mal sucedidas.

Quanto ao elenco, a garota que faz a irmã do Mike nunca superará Jamie Lee Curtis em seus gritos. A mãe de Mike mais novo - e mulher de Rob Zombie, não sei como - não fez uma atuação que chamasse a atenção. O que me chamou mesmo a atenção foi sua beleza; ô mulher bonita!!! Como uma mulher daquela se casa com Rob Zombie???

Malcom também não faz uma atuação boa, mas marca pela sua presença. Quando olhava para ele, me lembrava do clásssico de Kubrick e pensava o que ele estava fazendo naquele filme. Para bem ou para mal, ele, como qualquer ator, tem que ganhar dinheiro!

Vale a pena assistir "Halloween - O Início"? Penso que não. Para quem quer ver uma versão diferente da do Carpenter, até que soaria interessante, mas, se tiver outro filme para assistir, deixe esse para depois. Não perca tempo com duas horas de um remake que só soube mostrar assassinato atrás de assassinato, sangue atrás de sangue. Mesmo com os pontos positivos que apresentei, não vale a pena mesmo vê-lo.

Espero sinceramente que Zombie tenha feito filmes melhores. Espero e acredito que sim... Enquanto isso, assistam "Halloween - A Noite do Terror", de John Carpenter. Esse sim, um clássico do terror!!