sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Henry David Thoreau

“Fui para a mata porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de, vindo a morrer, descobrir que não tinha vivido. (…) Queria viver profundamente e sugar a vida até a medula, viver com tanto vigor e de forma tão espartana que eliminasse tudo o que não fosse vida (…)”

Assim Thoreau explica o motivo pelo qual ficou dois anos, dois meses e dois dias apartado da sociedade dos homens, suprindo as próprias necessidades, contemplando a natureza.

Fonte: http://www.lpm-editores.com.br/blog/?p=4115

Será que tenho coragem para tanto?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Esporte agradece


Estou um pouco atrasado ao falar em Fórmula 1, mas, como diz o clichê, antes tarde do que nunca. Outro clichê que todos estão cansados de falar é que "a justiça foi feita na F1". Esse é outro que tenho o prazer de roubar, pois por mais que tenha sido repetido, ele o deve ser mais ainda, para que se aprenda a se praticar esportes de forma digna. Sem trapaças ou jogos de equipe.

Não estou sorrindo à toa porque, claro, o meu piloto não foi campeão. Lewis Hamilton perdeu para si mesmo, essa é a verdade. Se nas duas corridas em que bateu ridicularmente, não o tivesse feito, teria conquistado os vinte pontos que perdeu e seria campeão. Entretanto, não posso ficar chorando pelo leite derramado - outro clichê. Ele perdeu e mereceu perder!

Todos têm falado que Mark Webber era o merecedor do título desse ano. Eu também torcia para que, entre ele, Vettel e Alonso, o australiano levasse o caneco. Todos também têm falado que ele foi mais constante e merecia mais que o Vettel ou o Alonso. Penso que um campeão de verdade tem que demonstrar que é campeão até o último segundo da última corrida. Não adianta fazer uma temporada ótima e chegar na última corrida e amarelar, como aconteceu com o Webber. Mesmo que a equipe toda preferisse o Vettel, a obrigação dele era mostrar quem era o verdadeiro campeão. Infelizmente, não conseguiu.


Parabéns à Sebastian Vettel, que apesar dos pesares, acabou levando o título, com a santa ajuda dos dois carros da McLaren e de Vitaly Petrov! Não se pode esquecer dele, é claro! Assim como Vettel no GP do Brasil de 2008, o qual o alemão hoje campeão quase tira o título de Hamilton, Petrov não tinha nada a ver com o título e apenas estava tentando se firmar na equipe. Por acaso era ele algum retardatário que obrigatoriamente tinha que dar passagem ao senhor Fernando Alonso??? Se ele não for burro o suficiente, deve entender que o que mudou todo o panorama da corrida foi o acidente decorrente do toque de Nico Rosberg em Schumacher. Com isso, Petrov e Rosberg decidiram por trocarem os pneus e permanecerem até o final com os mesmos pneus. Se há um culpado - coisa absurda por si só - esse é o Rosberg. Mas eu já esperava que Alonso fosse um mau perdedor.
Bom para o esporte, que saiu ganhando.

O absurdo envolvendo Alonso e Massa - que sem surpresa acabou em nada - não conseguiu manchar a Fórmula 1, que infelizmente, hoje, tem dado espaço para trapaças e manejos de resultados, o que é um absurdo. Todos reclamam que a F1 perdeu seu brilho de antes, e atitudes como essa só reforçam tal ideia. Se se quer ressucitar a F1, absurdos como esse têm a obrigação de serem punidos! Mas, como o chefão da FIA se chama Jean Todt, e se todos lembram dele, foi chefe de Ferrari na época de ouro, na qual Schumi ganhava tudo. Se antes a equipe de Maranello não era punida, quanto mais agora!


Confusões à parte, como não sou mau perdedor, tenho a obrigação de dar os parabéns à Sebastian Vettel, piloto o qual eu sempre apostei, desde uns dois anos atrás, que um dia ganharia o título. Ganhou esse ano, quando eu menos esperava e o dava como quase fora do páreo.
E sem esquecer que o garoto foi campeão sem nunca ter liderado o campeonato! Mais uma vez, parabéns!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Virgínia Woolf


Estas foram as palavras que estavam contidas no bilhete em que Virgínia Woolf anuncia seu suicídio ao marido:

"
Querido,

Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos. V".

E na Fórmula 1...


Quem ganhará o campeonato desse ano: Alonso, Webber ou Vettel? Isso porque já desconsiderei as chances de Lewis Hamilton. Mereceu perder, pois vinha sendo o melhor piloto da temporada, sem erro algum, até que erra em duas corridas seguidas de forma estúpida. Em tudo há limite! Vinha pilotando muito bem, quase que brigando com o carro, que não era bom em quase pista alguma. Depois, faz duas lambanças seguidas! Acabou merecendo. Sem as duas lambanças, ainda seria o líder e com alguma diferença sobre o segundo.

Agora, lhe resta amargar a perda do título.
Entre os três candidatos ao título, acertei dois deles na minha aposta. Agora me resta a pergunta: para quem torcer? Obviamente não torcerei para Alonso. Entre Vettel e Webber, prefiro o segundo. Merece, pois foi o que menos errou e teve a equipe toda contra ele desde o começo do campeonato. Nunca lhe deram a preferência que mereceu e remou corrida após corrida atrás de seus objetivos. Por isso, minha torcida fica com o australiano Mark Webber! E que vença o melhor!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O surrealismo de Buñuel em 16 minutos


"Ich bin immer noch atheist, gott sei dank", Luis Buñuel. *

Acabei de rever um clássico do cinema mundial. Muitos podem me considerar louco por dar a alcunha de clássico a um filme de apenas 16 minutos. Entretanto, poucos filmes expressaram em duas horas o que "O Cão Andaluz", do espanhol Luis Buñuel, conseguiu.


Não há roteiro, nem história, ou ao menos coesão ou coerência no filme. As sequências não fazem o menor sentido! Não há nexo, nem sentido nos 16 minutos em que a película roda na tela. Como gostar de um filme assim, se é que pode ser chamado de filme, por causa da duração?


Sim, eu o considero como filme, e ainda mais, como uma obra-prima do cinema. Um filme não precisa fazer sentido, não precisa contar uma história virtuosa ou coisa parecida. Se o intento de Buñuel era mostrar que o cinema poderia ser feito de uma forma, digamos, mais "anárquica" e nonsense, ele conseguiu.


"O Cão Andaluz" é uma mistura de sonhos, pensamentos, uma festa de absurdos e cenas sem sentido. É o começo de uma obra histórica e importantíssima na história do cinema. Buñuel, a partir desse filme, mostrou para o que viera. Viera para mostrar o absurdo. Viera para mostrar o anárquico. Viera para mostrar a blasfêmia contra Deus ou organização religiosa que o valha. Sim, sou fã confesso de Luis Buñuel e gostei bastante de todas as obras que vi dele até agora. Para ver

"O Cão Andaluz", deve-se ter em mente uma coisa antes de tudo: ele foi feito para não ser entendido, apenas assistido. Tendo-se aficcionado isso, só nos resta assistir. E viajar, junto com Buñuel e Dalí, pelos recantos do surrealismo.


* "Eu ainda sou ateu, graças a Deus".