Muitos dos meus amigos sabem que odeio o Brasil. Não tenho a mínima vergonha disso e logo faço questão de explanar minha opinião - mais uma radical, para variar. Podem chamar de infantil ou precipitada, ou mesmo de tosca, mas é minha opinião. Por vários motivos eu não gosto deste país, além de nada me atrair nele. E não vejo a hora de fugir daqui e ir para um lugar beeeem longe. De preferência, para a Finlândia, Suécia, Noruega, o diabo a quatro!
Uma das razões mais fortes é o total, completo e irrestrito descaso com a educação, seja ela a básica, média, técnica ou superior. Seria redundância dizer que o que não faltam são escolas obsoletas, com professores mal pagos e sem as mínimas condições de trabalhar. Parece não haver verba para a educação; parece que ela é o último quesito quando a questão é verbas. É impressionante - talvez não seja mais, de tão acostumados estamos - como a educação é deixada ao esmo; vista como uma coisa - sim, como uma coisa! - que está se melhorando aos poucos. Melhora é a puta que os pariu!
Não vou nem falar das escolas públicas, pois levaria um ano inteiro falando aqui. Vou falar da manifestação na Uerj que aconteceu esses dias. O pessoal queria entrar no próprio Bandejão, que fora construído para eles, no dia da inauguração. Bandejão este que foi conquistado, a muito custo, graças à ocupação dos estudantes da Reitoria da Uerj, em 2008. Mas, e um grande MAS aí, os alunos não puderam entrar. Quem foi convidado? O senhor governador e mais alguns funcionários escolhidos. Uma graça, não? Os estudantes foram reclamar, além dessa proibição, o sucateamento das universidades públicas, o alto preço cobrado - 2 reais para cotista; 3 para não cotista, enquanto em outras é 1 real - , além do corte de verbas para a universidade. Era pra ser uma manifestação pacífica, e coro comeu. O fascista do governador não apareceu, ninguém pôde entrar, os ânimos se exaltaram e os estudantes acabaram saindo na porrada com os seguranças.
Eu não fui; não sabia da manifestação. Até porque estou afastado da faculdade e só soube por meio da internet. Se soubesse, teria ido e não sei se cairia na porrada, mas como ando meio estressado, acabaria entrando no tumulto.
O que se tira disso? O que se tira é o tamanho da falta de consideração que se tem, sempre se teve e sempre se terá com a educação nas terras brasileiras. Ninguém dá a bola pra ela. E pode ter certeza que continuará assim. Os professores continuarão a ganhar mal, as universidades continuarão sucateadas e os políticos continuarão a se gabarem de que a educação está evoluindo. E os bons cidadãos, obviamente, apoiarão e rechaçarão este pessimista aqui. E este pessimista aqui, que não está nem um pouco aí para este país, irá sair. Afinal, não estamos ainda no "Brasil: Ame-o ou Deixe-o"? Que deixe-mo-lo, pois!, que ele não tem jeito.
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