Rashomon (1950) - 88 min – P &B – Akira Kurosawa – Primeiro filme que assisti do Kurosawa e já me encantei. O filme conta a história de um assassinato visto de quatro pontos de vista diferentes. Aí se encontra o trunfo do filme: o fato de não haver uma só verdade, e sim, várias verdades. Além disso, o filme é belíssimo, com uma fotografia e enquadramento perfeitos. E pensar que os japoneses criticavam Kurosawa por acharem sua obra “vendida"...
A Malvada (1950) – 138- min – P &B – Joseph L. Mankiewicz – Considerado uma das obras-primas do cinema, “A Malvada” apresenta pela primeira vez a deusa Marilyn Monroe, além da performance memorável de Bette Davis.
Crepúsculo dos Deuses (1950) - 110 min – P &B – Billy Wilder – Na minha opinião, a maior obra-prima do mestre Wilder. O filme retrata a vida de Norma Desmond, uma antiga atriz de filmes mudos que não aceita que seu tempo já passou e que agora reina a era dos filmes falados. Crente de que fará um novo filme, ela chama um roteirista desempregado a escrever um novo roteiro para ela. É nessa atmosfera tensa que o filme se desenvolve. É este o filme em que está a famosa frase “Eu sou grande. Os filmes que ficaram pequenos”, dita por Norma. Usando habilidosamente de um roteiro não-linear, Wilder conduz seu filme de forma brilhante, construindo, assim, um dos melhores e mais inesquecíveis filmes da história do cinema.
Era Uma Vez em Tóquio (1953) - 153 min – P &B – Yasujiro Ozu
Contos da Lua Vaga (1953) - 94 min – P &B – Kenji Mizoguchi
Sindicato de Ladrões (1954) - 108 min – P &B – Elia Kazan – Elia Kazan, um dos mais mal-falados diretores de Hollywood – o qual Orson Welles acusou de ter entregue os amigos socialistas em troca de manter a piscina de sua mansão – dirigiu esta obra-prima do cinema, estrelada pelo astro Marlom Brando, um dos primeiros atores a usar o chamado “Método Stanislavski”.
A Estrada da Vida (1954) – 94 min – P &B – Federico Fellini
Os Sete Samurais (1954) - 155 min – P &B – Akira Kurosawa – Obra-prima de Kurosawa, este, que é um dos melhores filmes de todos os tempos, conta a história de um pobre vilarejo de fazendeiros, que à mercê de bandidos que retornam todos os anos para estuprar, matar e roubar, resolvem contratar um grupo de samurais para revidar a agressão. Inspirado nos faroestes de outro mestre – John Ford – Kurosawa construiu um filme magnífico, brilhante e encantador.
O Mensageiro do Diabo (1955) - 93 min – P &B – Charles Laughton – Único filme dirigido por Charles Laughton, “O Mensageiro do Diabo” é uma obra-prima, com uma história fascinante e uma direção perfeita. Sem esquecer, é claro, da “odiosa” atuação de Robert Mitchum.
Juventude Transviada (1955) - 111 min – P &B – Nicholas Ray – Este é um dos filmes que mais ouvi falar quando era pequeno. James Dean, em seu papel mais lembrado, interpreta um jovem delinquente, o conhecido “rebelde sem causa”, que apronta por aprontar. Ou, talvez, para mostrar aos pais que não se é mais criança. Filme memorável, com cenas e atuações inesquecíveis.
Doze Homens e Uma Sentença (1957) - 96 min – P &B – Sidney Lumet – Foi com uma admirável habilidade que Lumet conduziu este filme, rodado quase todo dentro de uma sala com doze homens. O roteiro, excelente, conta a história da decisão de um júri sobre a acusação ou não de um rapaz pela morte de seu pai. Quando se vota, apenas um é contra a acusação, o jurado n.º 8 – interpretado por Henry Fonda. Baseado na hipótese de que não tem certeza de que o reu seja culpado, ele tenta convencer a todos que não é a vida de um mosquito que está em jogo, mas a de uma pessoa, e que por isso, deve-se conversar para que se possa chegar ao veredito de forma ao menos razoável . O calor e o ambiente fechado ajudam e muito a criar um clima claustrofóbico, dando ao filme uma atmosfera tensa. Definitivamente, um filme memorável.
Morangos Silvestres (1957) - 91 min – P &B – Ingmar Bergman – Filme que influenciou fortemente Woody Allen em “Crimes e Pecados”, “Morangos Silvestres”, certamente é um dos filmes menos "pesados" do diretor sueco. Estrelado por Victor Sjostrom, dito por Bergman como seu “mestre”, o filme conta a história de um idoso amargo, que numa viagem junto de sua nora, relembra momentos tristes e felizes de sua vida. Dirigido no mesmo ano que “O Sétimo Selo”, tal filme consegue ser melhor que este último, além de mais profundo, por não tem a dúvida religiosa tão pungentemente presente nele. Parece que em “Morangos Silvestres”, um filme mais maduro, Bergman tivesse exorcizado suas dúvidas quanto à Deus e, felizmente, houvesse deixado-o em paz.
A Marca da Maldade (1958) - 95 min – P &B – Orson Welles – Mostrando que, mesmo sem dinheiro, poderia fazer um filme bom, Welles dirige mais uma obra-prima, estrelada por Janet Leigh – que futuramente faria o inesquecível papel em “Psicose” - , Charlton Heston e, claro, sua própria persona magnética. Com um roteiro de ouro, tomadas ousadas e virtuosas, Welles consegue construir um filme excelente – dito por muitas ainda melhor que “Cidadão Kane” - , demonstrando que sua genialidade era maior do que se imaginava.
Um Corpo Que Cai (1958) - 128 min – Cor – Alfred Hitchcock – Sem exageros, certamente este filme é um dos dez melhores de todos os tempos. Seja por sua excelente trilha sonora composta pelo mestre Bernard Herrmann, seja pela magistral atuação de James Stewart, ou mesmo pela virtuosa e arrojadíssima direção de Hitchcock, este filme é um dos mais importantes da história do cinema. Misturando suspense e drama num thriller emocionante, ele consegue ser ainda melhor que “Psicose”, ditos por muitos como a obra-prima de Hitchcock. É ele o dono de uma das cenas mais memoráveis do cinema – o zoom-in/zoom-out que representava a vertigem do personagem de Stewart . Não só a cena, mas o roteiro, a direção e trilha sonora são perfeitas. Certamente, um filme muito à frente de sua época.
Imagens, por ordem: "Um Corpo que cai", "Rashomon", "Crepúsculo dos Deuses", "Sindicato de Ladrões", "Os Sete Samurais", "Morangos Silvestres" e "A Marca da Maldade".
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