Hoje foi o dia das asneiras de gente religiosa. Começou bem cedo, antes das oito, quando li a chamada da tal de Miriam Rios no "O Dia": "Eu tenho direito de não querer um homossexual como meu empregado". Bem, aquilo ficou na minha cabeça, pois eu conhecia aquela mulher e queria saber mais a fundo o que ela disse. E a coisa só piorou. Pra completar, ela ainda disse:
terça-feira, 28 de junho de 2011
Asneiras religiosas
Hoje foi o dia das asneiras de gente religiosa. Começou bem cedo, antes das oito, quando li a chamada da tal de Miriam Rios no "O Dia": "Eu tenho direito de não querer um homossexual como meu empregado". Bem, aquilo ficou na minha cabeça, pois eu conhecia aquela mulher e queria saber mais a fundo o que ela disse. E a coisa só piorou. Pra completar, ela ainda disse:
domingo, 26 de junho de 2011
Perdidos na Noite
"Mindnight Cowboy", de 1969, é considerado por muitos o verdadeiro divisor de águas do cinema americano. Ambietado em sua maior parte nas ruas de Nova York, o filme conta a história de Joe Bucker - interpretado por Jon Voight - um caipira ingênuo que sai de uma cidade do meio do nada no Texas e parte para Nova York tentar a vida como garoto de programa. Lá, encontra o malandro Ratso - interpretado por Dustin Hoffman -, ou melhor, Enrico Salvatore Rizzo, como faz questão de dizer a plenos pulmões. Ratso é um pobretão, coxo, que vive de pequenos roubos para sobreviver.
Após passar a perna no pobre Joe, ambos se reencontram se tornam amigos, vivendo juntos e tentando sobreviver, a duras penas, a realidade crua e excludente da vida. É uma história de perdedores; das suas alegrias e tristezas; suas pequenas vitórias e desiluções. É um filme duro, pesado, mas que mesmo assim tem espaço para se dar boas risadas.
Durante toda a película, fica no ar um sentimento de angústia. Dá pena só de olhar a forma como Ratso anda, e como suas pernas e saúde só pioram. Também dá pena ver as tentativas de Joe, atormentado pelo seu passado obscuro, de vender seu corpo, a gays ou a senhoras, para conseguir pelo menos o que comer. E no meio de todo esse sofrimento, o mais importante é ver nascer uma bela e inesperada amizade, a contar pelas diferenças dos dois.
Com uma direção primorosa de John Schlesinger, e um roteiro fascinante de Waldo Salt - baseado no livro de mesmo nome - "Perdidos na Noite" é um filme revolucionário. É impressionante que Hollywood tenha liberado-o, mas o que interessa é que ele veio mostrar que uma nova leva de diretores estava vindo. E com eles, filmes excelentes, realistas e primorosos.
Jon Voight e Dustin Hoffman têm atuações fabulosas; Voight na pele do caipira ingênuo e Hoffman, encarnando de forma perfeita o malandro e sofredor Ratso. Ambos são perdedores, pobres e sem perspetiva de vida. E é nesse ambiente pesado que os dois mostram que a vida, dura como ela é, deve ser encarada. Nem que seja preciso roubar tomates ou vender o próprio corpo.
P.S. Aos que tacham o filme de "datado", por favor, vão dormir! Filmes como este não devem ser assistido por pessoas como vocês.
sábado, 25 de junho de 2011
Os 100 Melhores Livros da Literatura Mundial, segundo a Guardian
1984 by George Orwell, England, (1903-1950)
A Doll's House by Henrik Ibsen, Norway (1828-1906)
A Sentimental Education by Gustave Flaubert, France, (1821-1880)
Absalom, Absalom! by William Faulkner, United States, (1897-1962)
The Adventures of Huckleberry Finn by Mark Twain, United States, (1835-1910)
The Aeneid by Virgil, Italy, (70-19 BC)
Anna Karenina by Leo Tolstoy, Russia, (1828-1910)
Beloved by Toni Morrison, United States, (b. 1931)
Berlin Alexanderplatz by Alfred Doblin, Germany, (1878-1957)
Blindness by Jose Saramago, Portugal, (1922 - 2010)
The Book of Disquiet by Fernando Pessoa, Portugal, (1888-1935)
The Book of Job, Israel. (600-400 BC)
The Brothers Karamazov by Fyodor M Dostoyevsky, Russia, (1821-1881)
Buddenbrooks by Thomas Mann, Germany, (1875-1955)
Canterbury Tales by Geoffrey Chaucer, England, (1340-1400)
The Castle by Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
Children of Gebelawi by Naguib Mahfouz, Egypt, (b. 1911)
Collected Fictions by Jorge Luis Borges, Argentina, (1899-1986)
Complete Poems by Giacomo Leopardi, Italy, (1798-1837)
The Complete Stories by Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
The Complete Tales by Edgar Allan Poe, United States, (1809-1849)
Confessions of Zeno by Italo Svevo, Italy, (1861-1928)
Crime and Punishment by Fyodor M Dostoyevsky, Russia, (1821-1881)
Dead Souls by Nikolai Gogol, Russia, (1809-1852)
The Death of Ivan Ilyich and Other Stories by Leo Tolstoy, Russia, (1828-1910)
Decameron by Giovanni Boccaccio, Italy, (1313-1375)
The Devil to Pay in the Backlands by Joao Guimaraes Rosa, Brazil, (1880-1967)
Diary of a Madman and Other Stories by Lu Xun, China, (1881-1936)
The Divine Comedy by Dante Alighieri, Italy, (1265-1321)
Don Quixote by Miguel de Cervantes Saavedra, Spain, (1547-1616)
Essays by Michel de Montaigne, France, (1533-1592)
Fairy Tales and Stories by Hans Christian Andersen, Denmark, (1805-1875)
Faust by Johann Wolfgang von Goethe, Germany, (1749-1832)
Gargantua and Pantagruel by Francois Rabelais, France, (1495-1553)
Gilgamesh Mesopotamia, (c 1800 BC)
The Golden Notebook by Doris Lessing, England, (b.1919)
Great Expectations by Charles Dickens, England, (1812-1870)
Gulliver's Travels by Jonathan Swift, Ireland, (1667-1745)
Gypsy Ballads by Federico Garcia Lorca, Spain, (1898-1936)
Hamlet by William Shakespeare, England, (1564-1616)
History by Elsa Morante, Italy, (1918-1985)
Hunger by Knut Hamsun, Norway, (1859-1952)
The Idiot by Fyodor M Dostoyevsky, Russia, (1821-1881)
The Iliad by Homer, Greece, (c 700 BC)
Independent People by Halldor K Laxness, Iceland, (1902-1998)
Invisible Man by Ralph Ellison, United States, (1914-1994)
Jacques the Fatalist and His Master by Denis Diderot, France, (1713-1784)
Journey to the End of the Night by Louis-Ferdinand Celine, France, (1894-1961)
King Lear by William Shakespeare, England, (1564-1616)
Leaves of Grass by Walt Whitman, United States, (1819-1892)
The Life and Opinions of Tristram Shandy by Laurence Sterne, Ireland, (1713-1768)
Lolita by Vladimir Nabokov, Russia/United States, (1899-1977)
Love in the Time of Cholera by Gabriel Garcia Marquez, Colombia, (b. 1928)
Madame Bovary by Gustave Flaubert, France, (1821-1880)
The Magic Mountain by Thomas Mann, Germany, (1875-1955)
Mahabharata, India, (c 500 BC)
The Man Without Qualities by Robert Musil, Austria, (1880-1942)
The Mathnawi by Jalal ad-din Rumi, Afghanistan, (1207-1273)
Medea by Euripides, Greece, (c 480-406 BC)
Memoirs of Hadrian by Marguerite Yourcenar, France, (1903-1987)
Metamorphoses by Ovid, Italy, (c 43 BC)
Middlemarch by George Eliot, England, (1819-1880)
Midnight's Children by Salman Rushdie, India/Britain, (b. 1947)
Moby-Dick by Herman Melville, United States, (1819-1891)
Mrs. Dalloway by Virginia Woolf, England, (1882-1941)
Njaals Saga, Iceland, (c 1300)
Nostromo by Joseph Conrad, England,(1857-1924)
The Odyssey by Homer, Greece, (c 700 BC)
Oedipus the King Sophocles, Greece, (496-406 BC)
Old Goriot by Honore de Balzac, France, (1799-1850)
The Old Man and the Sea by Ernest Hemingway, United States, (1899-1961)
One Hundred Years of Solitude by Gabriel Garcia Marquez, Colombia, (b. 1928)
The Orchard by Sheikh Musharrif ud-din Sadi, Iran, (c 1200-1292)
Othello by William Shakespeare, England, (1564-1616)
Juan Rulfo by Pedro Paramo Juan Rulfo, Mexico, (1918-1986)
Pippi Longstocking by Astrid Lindgren, Sweden, (1907-2002)
Poems by Paul Celan, Romania/France, (1920-1970)
The Possessed by Fyodor M Dostoyevsky, Russia, (1821-1881)
Pride and Prejudice by Jane Austen, England, (1775-1817)
The Ramayana by Valmiki, India, (c 300 BC)
The Recognition of Sakuntala by Kalidasa, India, (c. 400)
The Red and the Black by Stendhal, France, (1783-1842)
Remembrance of Things Past by Marcel Proust, France, (1871-1922)
Season of Migration to the North by Tayeb Salih, Sudan, (b. 1929)
Selected Stories by Anton P Chekhov, Russia, (1860-1904)
Sons and Lovers by DH Lawrence, England, (1885-1930)
The Sound and the Fury by William Faulkner, United States, (1897-1962)
The Sound of the Mountain by Yasunari Kawabata, Japan, (1899-1972)
The Stranger by Albert Camus, France, (1913-1960)
The Tale of Genji by Shikibu Murasaki, Japan, (c 1000)
Things Fall Apart by Chinua Achebe, Nigeria, (b. 1930)
Thousand and One Nights, India/Iran/Iraq/Egypt, (700-1500)
The Tin Drum by Gunter Grass, Germany, (b.1927)
To the Lighthouse by Virginia Woolf, England, (1882-1941)
The Trial by Franz Kafka, Bohemia, (1883-1924)
Trilogy: Molloy, Malone Dies, The Unnamable by Samuel Beckett, Ireland, (1906-1989)
Ulysses by James Joyce, Ireland, (1882-1941)
War and Peace by Leo Tolstoy, Russia, (1828-1910)
Wuthering Heights by Emily Brontë, England, (1818-1848)
Zorba the Greek by Nikos Kazantzakis, Greece, (1883-1957)
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Filmes de Drama Para Se Ver Antes de Morrer - Década de 80
Touro Indomável (1980) - 129 min – P&B – Martin Scorsese – Outra obra-prima de Scorsese, esse filme, que relata a história do lutador Jake La Motta, é um dos melhores da história. Com uma das melhores atuações de De Niro – que engordou quase trinta quilos para fazer o papel - , uma direção perfeita, com direito a socos brutais que arrancavam sangue aos borbotões, “Ranging Bull” só não ganhou todos os Oscar a que foi indicado porque a Academia preferiu dar os prêmios, mais uma vez, a outro filme que falasse sobre a vontade americana de vencer nas coisas. Novamente, uma lástima contra Scorsese, um dos maiores mestres do cinema em matéria de direção.
Fanny e Alexander (1982) - 188 min – Cor – Ingmar Bergman – Para quem havia achado que Bergman já dera tudo de si ao cinema, esta obra veio para provar, definitivamente, que não. Bergman, com este filme meio que autobiográfico, mostra a história de um casal de irmãos – Fanny e Alexander – e suas vidas, que se tornam turbulentas após a morte de seu pai. Ganhador de quatro Oscar, “Fanny e Alenxander” demonstra a perfeição com que poucos diretores como Bergman podem fazer um filme.
Laços de Ternura (1983) - 132 min – Cor – James L. Brooks
Era Uma Vez na América (1983) - 227 min – Cor – Sergio Leone
Amadeus (1984) – 160 min – Cor – Milos Forman – Laureado com 8 Oscar, inclusive o de Melhor Filme, Ator e Diretor, este é um dos mais belos filmes que já vi. O filme narra a história de ninguém mais ninguém menos do que Wolfang Amadeus Mozart, um dos maiores mestres da música clássica. Com uma trilha sonora responsável por minha “conversão” ao gosto da música clássica, direção perfeita, e atuações impecáveis de F. Murray Abraham e Tom Hulce, “Amadeus” é um filme inesquecível.
Ran (1985) - 160 min – Cor – Akira Kurosawa – O épico de Akira Kurosawa, inspirado em “Rei Lear”, de Shakespeare e "transferido" para o Japão da Idade Média, prima pela beleza e violência, com algumas das cenas mais inesquecíveis da história do cinema. Uma história cheia de traições, guerras e tristezas.
A Rosa Púrpura do Cairo (1985) - 84 min – Cor – Woody Allen – Buscando influências em Buster Keaton e seu “Sherlock Jr.”, Woody Allen cria um de seus melhores filmes, misturando, em sua excelência como diretor, surrealismo, humor e drama, ao contar a história de uma mulher, casada com um marido-monstro, que vai constantemente ao cinema tentar esquecer sua realidade. Num dado momento, o personagem principal de um filme que ela sempre vê resolve sair da tela para conversar com ela. É nesse clima de “absurdo” e magia que a história se desenvolve, proporcionando, ao mesmo tempo, risos e lágrimas.
Hannah e Suas Irmãs (1986) - 103 min – Cor – Woody Allen
O Decálogo (1988) - 53 min – Cor - Krzysztof Kieslowsk
Crimes e Pecados (1989) - 107 min – Cor – Woody Allen – Buscando, geniosamente, influências em “Morangos Silvestres”, de Bergman, Woody Allen constrói um filme encantador, dirigindo-o com a mesma maestria de seu mestre, usando-se, inclusive, do fotógrafo exclusivo do sueco. Muitíssimo mais que apenas um plágio, Allen utiliza-se da influência de seu diretor preferido para construir um drama cheio de poder e tensão, desde o primeiro minuto até o aparecimento dos créditos finais. Um filme amargo, cheio de traições e coisas mal-resolvidas. E o mais importante, uma obra-prima impecável.
Faça a Coisa Certa (1989) - 120 min – Cor – Spike Lee – Num dos melhores filmes da década, Spike Lee conta a história de seu bairro, um lugar quente, efervescente, onde se encontra todo tipo de gente: negros, brancos, coreanos, mexicanos, chineses, italianos, e o diabo a quatro. É neste inferno que se conta a história de um entregador de pizza, e a de seus vizinhos, entre eles seu patrão e os dois filhos, sua mulher, e várias outras criaturas muito interessantes. Com uma direção espetacular, Spike Lee mostra a convivência conturbada de diferentes pessoas, de diferentes classes, cores e origens, que um dia qualquer podem acabar se confrontando, e talvez, desse confronto, as coisas não resultem muito bem.