Sempre há um álbum nas bandas de rock - bandas em geral, pode-se dizer - o qual intitulam de "O Divisor de Águas". Foi assim com os Beatles, em "Sgt. Peppers", com o Queen em "A Night Of the Opera", com o The Who em "Tommy", com o The Clash em "London Calling", e porque não com o Megadeth em "Countdown to Extinction"? Na maioria dos casos, a mudança não é bem vista pelos fãs das bandas. Muitos deixam de acompanhá-las, enquanto outros passam a escutá-las. Foi assim com as bandas citadas e também assim foi com o Metallica, a partir do álbum "And Justice For All", de 1988. Os fãs mais radicais chamaram a banda de vendida. Outros acharam a mudança bem vinda. E ainda outros, que não conheciam a banda, passaram a conhecer e gostar.
Pelos Olhos de Andrei
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
And Justice For All (Metallica, 1988)
Sempre há um álbum nas bandas de rock - bandas em geral, pode-se dizer - o qual intitulam de "O Divisor de Águas". Foi assim com os Beatles, em "Sgt. Peppers", com o Queen em "A Night Of the Opera", com o The Who em "Tommy", com o The Clash em "London Calling", e porque não com o Megadeth em "Countdown to Extinction"? Na maioria dos casos, a mudança não é bem vista pelos fãs das bandas. Muitos deixam de acompanhá-las, enquanto outros passam a escutá-las. Foi assim com as bandas citadas e também assim foi com o Metallica, a partir do álbum "And Justice For All", de 1988. Os fãs mais radicais chamaram a banda de vendida. Outros acharam a mudança bem vinda. E ainda outros, que não conheciam a banda, passaram a conhecer e gostar.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Master Of Puppets, Metallica (1986)
Agora, uma carapaça vazia
Idade: 21, filho único,
Mas ele nos serviu bem
Nasceu para matar, não para dar a mínima
Faça igual ao que nós mandarmos,
Terminado aqui, Conheça a morte
Ele é seu, você pode levar embora".
"Master of Puppets" nasceu da união do peso de "Kill' Em All" e da técnica de "Ride the Lightning". Já em seu terceiro petardo, a banda já sabia perfeitamente a que viera ao mundo: para recheá-lo de peso, fúria e técnica, e de quebra, com letras fortes e otimamente escritas. Assim como "Ride" falava de morte, "Master" fala de dominação - a começar pelo título, que, traduzido, fica "Mestre dos Fantoches". E a dominação começa pela agressão, com "Battery", primeira música do álbum. Ela começa tranquilamente, ao som do violão, quando termina numa barulheira infernal, um verdadeiro arrasa-quarteirão de estourar o tímpano de qualquer handbanger que se preze.
"Disposable Heroes" é daquelas músicas que revoltam. Não por ser ruim, muito pelo contrário, mas pelo seu conteúdo, ajudado pelo peso que externa. A dominação aqui é pela guerra; os soldados, pobres e mortos de fome, garotos, mal saídos da escola, agora matam. Matam por interesses de outros os quais nem têm conhecimento. "Leper Messiah" - literalmente, "O Messias Leproso" - , uma das minhas letras favoritas, fala da dominação pela religião. Com um ritmo mais lento, mas mesmo assim pesada, a música destila toda a sua raiva e revolta contra os religiosos mentirosos e farsantes, que usam de um ídolo caduco para cada vez mais extorquir dinheiro das pessoas.
"Orion", a penúltima música do álbum, é instrumental e mostra toda a habilidade do fantástico e finado baixista Cliff Burton. Ela começa com um efeito de pedal de seu baixo, e passa todos os seus 8:28 de duração marcada pela presença de seu baixo. Definitivamente, a melhor composição instrumental da banda. "Damage Inc.", talvez o maior arrasa-quarteirão metallico, vem para destruir tudo e não deixar nada em pé. Com uma letra forte, que fala sobre a dominação pelo trabalho exaustivo e que paga uma miséria, "Damage" é pra você banguear, banguear e banguear. E se puder, bata a cabeça na parede. Essa música é pra te deixar louco.
"Master of Puppets" é um álbum de uma banda em seu ápice e no auge de sua forma. Considerado pelos fãs mais xiitas como o "último álbum do Metallica", "Master" é um divisor de águas da banda, que já em "And Justice for All" iria para um lado mais calmo, que seria finalizado em "The Black Album". Discordâncias à parte, só é preciso dizer três coisas de "Master of Puppets": um, é o melhor álbum de trash metal da história; dois, é um dos cinco melhores álbuns de heavy metal; três, é o auge de uma banda como o Metallica. Acho que só pelo terceiro motivo valeria ouvir o álbum. Até porque, quando se trata de Metallica, não se fala de qualquer banda, mas do Metallica. E fim de papo.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Ride the Lightning, Metallica (1984)
Machado de Assis branco?
Soube esses dias, pela internet, que havia uma propaganda da Caixa Econômica Federal em que aparecia um ator branco interpretando o célebre escritor Machado de Assis, o melhor autor brasileiro de todos os tempos. Como que tendo mergulhado nas mesmas águas que tornaram Macunaíma branco, Machado também se tornara branco. Racismo? Incompetência? Falta de pesquisa? Má caracterização do personagem? De tudo um pouco, digamos assim.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Por que anarquismo?
Hoje em dia é quase impossível encontrar um indivíduo que se declare anarquista. E faço questão de não colocar na conta aqueles punks que leem alguma coisinha na internet, se interessam pelo tema e já se declaram “anarquistas”. Não, esses não. Anarquismo não é matar alguém por causa de oitenta centavos, como dois deles fizeram uma vez; nem sair marcando briguinhas pela internet com skinheads. O nome disso não é anarquismo; é criancice. Os punks antigos, aqueles surgidos na Inglaterra, talvez esses sim se inspirassem no anarquismo.
Tirando os punks de cena, meu intuito é esclarecer a causa, o motivo de eu ser anarquista. Bem, acho que o primeiro é o fato de ser pobre. Quando se é pobre, tem-se uma raiva incompreensível dos ricos, uma raiva que vem de berço e que mantenho até hoje. É como se soubéssemos que estamos da forma que estamos por causa deles – o que é inteiramente verdadeiro. Pensar dessa forma já é um passo para o socialismo. Eu, no auge dos meus quinze anos, já fui um “vermelho”. Dizia-me socialista, sem conhecer muito bem a coisa. Ao estudar melhor, o anarquismo acabou me atraindo mais.
Que fique bem claro, por favor, que sou um completo amador no tema. Gosto de História, tenho livros comprados e lidos sobre o tema, mas não sou sumidade no assunto. Talvez um dia seja. Entretanto, tenho meus pitacos, pois, pois.
Os teóricos anarquistas que mais me atraem são os dois mais famosos: Mikhail Bakunin e Pierre-Joseph Proudhon. O primeiro, russo, a quem mais admiro entre todos, foi talvez o mais entusiasta anarquista da história. Lutou nas barricadas e foi conhecido por sua ânsia de destruir. Destruir, acabar com as chamadas “maçãs podres”, para começar novamente uma nova existência, fundada na paz e na harmonia. Bakunin é o que mais me entusiasma, e compartilho com ele muitas de suas opiniões. Mas também gosto bastante do francês Proudhon, um dos primeiros teóricos a se autoproclamar anarquista. Proudhon é mais racional, a meu ver. Foi deputado, mas viu que o sendo, estava se afastando do povo e de seu ideal. Concordo com seu “anarco-comunismo” e penso que a sociedade deveria ser organizada em várias pequenas sociedades, com uns ajudando aos outros; trabalhando não apenas para si, mas para todos. Resumindo, me declaro um anarquista violento, assim como Bakunin, mas que gosta da organização e da racionalidade na hora de organizar as coisas, assim como Proudhon. Ação e Organização.
Utópico? É o que todos me falam. E concordo. O ser humano é um ser desprezível e nojento; já não há mais esperanças para ele. Só pensa em ganhar dinheiro; é egocêntrico e egoísta. Antes, pensava em fazer as pessoas a pelo menos pensarem um pouco sobre o anarquismo. Mas a única coisa que elas diziam era que isso é utópico. Sim, é utópico, mas não impossível. Não acredito num “mundo anarquista”, até porque, parece que o mundo tem andado para trás e as religiões e a ignorância têm tomado as pessoas. Sendo assim, não acredito de forma alguma no ser humano; tornei-me, eu, um egoísta. Nesse ponto, concordo com Max Stirner, outro teórico anarquista, de que cada um deve se conscientizar por si mesmo. A época que o anarquismo chamava a atenção das pessoas já passou há muito tempo. Seu último suspiro foi dado na Revolução Espanhola, quando uma desorganizada resistência anarquista acabou sendo derrotada pelos nazistas e fascistas alemães e italianos. Talvez, o punk dos Anos 70 e a Revolução de 68 tenham dado-lhe alguma esperança, mas esta já está distante desde então.
O que sobra então? Pra mim, pouco importa o anarquismo do outro; importa o meu, importa que eu seja. Farei eu mesmo o meu anarquismo. É óbvio que não sairei por aí soltando bombas ou matando padres – mesmo que vontade não falte. Mas há outra forma egoísta de ser anarquista. E em algum ponto de minha vida acabarei realizando-o.
O conhecimento, estudo e posterior filiação foram decisivos na minha “conversão” ao ateísmo. Também tornaram-me humanista e antipatriota. Contra todo tipo de poder, abuso ou autoridade, assim é o anarquismo. Contra o voto, que a meu ver, não serve para nada. Contra a democracia e também o socialismo, pois ambos não resolveram e continuam não resolvendo o problema do povo. Contra todo e qualquer tipo de religião ou deus, que só sabe subjugar o indivíduo e cegá-lo. Contra todo tipo de vício, que, assim como a religião, aprisiona o indivíduo, servindo de bengala para sua existência. Se me declaro anarquista, quer dizer que penso ser este o melhor e mais seguro modo de se viver. Utopicamente, ou não.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Kill' Em All (Metallica, 1983)
Álbum: Kill' Em All Ano: 1983 Gênero: Trash Metal/Speed Metal Componentes: James Hetfield (Voz/Guitarra Base)/Lars Ulrich (Bateria)/Kirk Hammet (Guitarra Solo)/Cliff Burton (Baixo)
1. | "Hit the Lights" | Hetfield, Ulrich | 4:17 |
2. | "The Four Horsemen" | Hetfield, Ulrich, Mustaine | 7:13 |
3. | "Motorbreath" | Hetfield | 3:08 |
4. | "Jump in the Fire" | Hetfield, Ulrich, Mustaine | 4:42 |
5. | "(Anesthesia) Pulling Teeth (Instrumental)" | Burton | 4:15 |
6. | "Whiplash" | Hetfield, Ulrich | 4:10 |
7. | "Phantom Lord" | Hetfield, Ulrich, Mustaine | 5:02 |
8. | "No Remorse" | Hetfield, Ulrich | 6:26 |
9. | "Seek & Destroy" | Hetfield, Ulrich | 6:55 |
10. | "Metal Militia" | Hetfield, Ulrich, Mustaine | 5:10 |