O roteiro se resume aos conflitos de uma família. Três irmãs vêem o casamento de seus pais acabar. Com isso, a mãe começa a enlouquecer e os problemas começam a surgir. Tal separação faz que com as faíscas comecem a soltarem entre as três, mas principalmente entre Renata - Diane Keaton - e Joey - Mary Beth Hurt - , onde esta última inveja a primeira pelo fato de não possuir o mesmo talento.
Allen conseguiu criar o clima de tensão, mas não aproveitou-o. Inspirado em Bergman - me fazendo lembrar um pouco "Gritos e Sussurros" -, ele tentou construir um filme tal e qual o seu mestre: um filme que mostrasse os conflitos existentes entre as pessoas, chegando até o âmago de seus sofrimentos. Mesmo com o clima criado, o filme se tornou vazio, cerebral e "sem alma". Falta principalmente "alma" à ele, o quesito mais importante do filme.
Quanto à direção, o "coroa" é impecável. Sua câmera majoritariamente estática, com movimentos simples e alguns travellings, lembram perfeitamente a forma de filmar do sueco. Certas composições de cena, até os enquadramentos, tudo lembra Bergman. Nesse quesito, Allen foi excelente.
Infelizmente, ele acabou se perdendo ao construir diálogos desinteressantes, quebrando o bom clima que ele criara. Junto a isso, há um monte de atuações fracas, excluindo-se a de Keaton.
O conjunto filme cerebral + atuações fracas + roteiro ruim = filme fraco. Excetuando-se a direção de Allen, a única coisa que se salva. Se ao menos ele não houvesse deixado seu filme tão cerebral, e tivesse dado uma dose maior de emoção, com certeza poderia ter sido uma grande obra.
Obs.: As três atrizes que interpretam as irmãs são colocadas no filme para lembrar as irmãs de "Gritos e Sussurros". Kristin Griffith, Mary Beth Hurt e Diane Keaton representariam, respectivamente, Liv Ullman, Ingrid Thulin e Harriet Andersson. Posso até estar completamente errado, mas que eu vi alguma semelhança, isso eu vi.
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